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“Em 12 meses, a mobilidade elétrica da Efacec cresceu 100%”

O líder mundial na produção de carregadores rápidos e ultrarrápidos está a apostar no recrutamento de mais trabalhadores e a preparar novas unidades industriais.

A Efacec tem-se destacado na mobilidade elétrica. A líder mundial em carga rápida continua a apostar no desenvolvimento desta área de negócio, com a qual quer alcançar, nos próximos anos, um volume de negócio na ordem dos 100 milhões de euros.

Em entrevista, Pedro Domingues, diretor comercial Efacec Electric Mobility, fala sobre o presente e o futuro da mobilidade elétrica.

Que balanço faz a Efacec do negócio dedicado à mobilidade elétrica?

O balanço só pode ser positivo. Enquanto pioneira na área da mobilidade elétrica e líder mundial na produção de carregadores rápidos e ultrarrápidos, a Efacec tem vindo a dar passos consistentes no crescimento desta área de negócio e o seu consequente contributo para as contas globais da empresa.
Um passo importante foi a nova unidade industrial dedicada à mobilidade elétrica, inaugurada há um ano. No espaço de 12 meses, a área da mobilidade elétrica da Efacec cresceu cerca de 100% em volume de negócios, atingindo os 36 milhões de euros em 2018. Foram recrutadas mais 100 pessoas para reforçar a equipa dedicada a esta área de negócio e triplicou a capacidade de carregadores rápidos e ultrarrápidos. Atingir um crescimento do volume de negócios de dois a três dígitos anualmente nos próximos anos, chegando perto da barreira dos 100 milhões de euros, é o objetivo desta aposta estratégica.

Quais são os mercados mais importantes para a Efacec Electric Mobility?

A Europa e a América representam cerca de 90% do negócio da Efacec na mobilidade elétrica. Os resultados positivos obtidos em 2018 são resultado da estratégia delineada em 2015, que constitui a base para o novo ciclo que a empresa iniciou, que lhe permitiu reorganizar-se, inverter um ciclo menos positivo e regressar aos lucros.

Como está a decorrer a produção de carregadores rápidos e ultrarrápidos para veículos elétricos?

O plano de renovação das instalações dedicadas à mobilidade elétrica tornou possível que a Efacec triplicasse a capacidade de produção de carregadores rápidos e ultrarrápidos.
Esta unidade industrial incorpora as melhores práticas ao nível da tecnologia e da engenharia e foi projetada para uma produção em larga escala, tornando possível o aumento de produção atingido em 2018. Destaco ainda o contributo do I&D e da tecnologia da nova fábrica da mobilidade elétrica para a Efacec lançar novos projetos, nomeadamente soluções de carregamento com storage incluído, soluções integradas para carregamento residencial e frotas, soluções de carregamento para frotas de camiões e a evolução na gama de alta potência.

O que vai trazer o futuro no que diz respeito às diferentes formas de mobilidade?

Mais do que falar numa tendência, é cada vez mais uma realidade que a mobilidade, tal como a conhecemos, está a mudar e vai continuar a alterar-se a um ritmo crescente, motivando o desenho e a apresentação de soluções inovadoras. Podemos falar numa mudança de paradigma e numa evolução incontornável no sistema de transporte com a adoção de soluções ambientalmente mais sustentáveis. Tal vai requerer adaptação e uma mudança na forma como se encara o conceito de mobilidade.
Focando na mobilidade elétrica, existe uma crescente consciencialização para a necessidade de adotar soluções e comportamentos que contribuam para a descarbonização do meio ambiente. Contudo, importa criar infraestruturas e torná-las acessíveis para que cada vez mais utilizadores se sintam confiantes em adotar a mobilidade elétrica para a rotina diária. Vai haver uma convivência entre a mobilidade elétrica e os veículos autónomos. Partem de um mesmo ecossistema assente na inovação e no desenvolvimento tecnológico. Os veículos autónomos estão ainda numa fase inicial do seu desenvolvimento e terão de superar algumas limitações, das quais a principal será a envolvente legal. O futuro passa por soluções integradas de energia, que aliem a mobilidade elétrica à geração de energia limpa, o armazenamento e a gestão de micro-redes, sem perder de vista o contributo da automação para as smart cities. A Efacec está preparada responder a estes desafios futuros do ecossistema energético.

Portugal trata bem o cluster da mobilidade elétrica?

Mais do que fazer avaliações, a Efacec pretende contribuir para a afirmação da mobilidade elétrica em Portugal e ser um agente ativo com a sua experiência, conhecimento, capacidade de inovação tecnológica e conceção de produtos e soluções inovadores.
Independentemente do setor que estejamos a falar, a afirmação de um cluster passa pela congregação de esforços e vontades das empresas, das universidades e dos centros de investigação, suportados pelo Estado. O nosso país pode beneficiar das soluções que estão a ser desenvolvidas a partir de Portugal para serem implementadas em países que estão num ritmo mais acelerado de implementação de soluções de mobilidade elétrica.

As cidades portuguesas estão preparadas para abraçar o desafio da mobilidade elétrica?

Existe vontade e uma maior consciencialização de um número crescente de municípios para criarem condições para que a mobilidade elétrica seja uma realidade. Portugal conta com a rede-piloto Mobi.e como principal infraestrutura de carregamento, à qual se junta soluções disponibilizadas por alguns operadores em postos de abastecimento e o arranque de soluções residenciais. O funcionamento ótimo da rede Mobi.e dependerá do envolvimento dos diferentes agentes, públicos e privados, e dos respetivos contributos para que o sistema funcione e responda às necessidades.
É essencial centrar o debate na questão de infraestruturas. É importante dar condições para que o carregamento de veículos elétricos seja natural e cómodo, como hoje é ir a um posto de combustível. Isso passa por reforçar o número de postos de carregamento rápidos. Ainda existem em maior número os carregadores lentos, mas estamos a falar em baixa tecnologia e pouco valor acrescentado. O caminho passa pelos carregadores rápidos, segmento no qual a Efacec aposta.

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